Por que precisamos estimular a consciência corporal

Consciência corporal não é uma capacidade inata. Ou seja, são as interações com o ambiente que ajudam as crianças a ganhar a compreensão do espaço que o corpo ocupa, sua posição, como se move, a necessidade de empregar mais ou menos força em determinado músculo, de se manter em equilíbrio e de coordenar movimentos.

O desenvolvimento desse conjunto de percepções é fundamental para a autoconfiança, integração social e bom desempenho em atividades acadêmicas. Nas primeiras fases da infância, conhecimentos do mundo são associados a conhecimentos do corpo – e por isso devem ser trabalhados sempre de forma integrada. Imaginar que as crianças adquirem todas essas noções sozinhas, por serem muito ativas, pode ser um grande erro.

Além de prejuízos sociais e, não raramente, em tarefas cognitivas, uma consciência corporal pobre pode estar relacionada a dificuldades na leitura e escrita, problemas de postura, dificuldade na compreensão de conceitos de direção espacial, falta de equilíbrio e movimentos desajeitados e descoordenados.

No Tistu, o trabalho com as percepções corporais não se restringe às aulas de educação física. São apresentados diversos estímulos com objetivos diferentes e complementares para que as crianças, brincando, ganhem domínio sobre seu corpo. 

Essas habilidades também pode ser exercitadas em casa, em brincadeiras envolvendo a família. Abaixo, listamos algumas atividades que podem ser promovidas pelos pais:

1. Espelho: peça à criança para imitar seus movimentos e posições. Aos poucos, vá aumentando o nível de complexidade.

2. Trabalho pesado: peça ajuda para puxar, empurrar e levantar pequenos móveis e objetos volumosos.

3. Encontrar objetos: esconda objetos pela casa ou em espaço externo e, como pistas, trabalhe com direções, quantidade de passos e conceitos de embaixo, atrás, em cima.

4. O mestre mandou: nessa brincadeira, a criança deve prestar atenção nos comandos do mestre, que podem ser “por a mão no joelho”, “dar uma cambalhota” e outros movimentos, cuja complexidade pode variar conforme a idade dos participantes.

5. Balão no ar: nessa brincadeira, o desafio é não deixar o balão cair no chão.

6. Brincadeira com palmas: as crianças devem tentar seguir o ritmo e a quantidade de palmas que você bater. Pode também envolver tambor ou uma mesa.