Nossa inspiração
O Menino do Dedo Verde, de 1957, foi a única obra de ficção do historiador francês Maurice Druon
De uma forma resumida, o enredo é mais ou menos assim:
Tistu era um menino esquisito, com um nome esquisito. Recusava-se a aceitar ideias pré-fabricadas pelas pessoas grandes, que simplesmente não sabem, por mais que pretendam, de onde viemos, por que estamos aqui e o que devemos fazer nesse mundo.
A família de Tistu era muito rica e não faltava nada material para ele. Dona Mamãe e Sr. Papai eram donos da fábrica de canhões em torno da qual girava toda a economia da cidade, que se chamava Mirapólvora.
Tistu morava na Casa-Que-Brilha, cercado de toda a atenção. Mesmo quando estava sem apetite, era obrigado a engolir toda a sopa. Ele precisava crescer forte para ocupar o lugar do seu pai na direção da fábrica.
Na escola, Tistu não era como todo o mundo. Por mais que se esforçasse para prestar atenção no professor, não resistia ao sono, que vinha implacável logo que começava o lento desfile das letras pelo quadro-negro.
Preocupado, Sr. Papai, que era homem de rápidas decisões, resolveu: – Vamos experimentar um novo sistema de educação, já que ele não é como todo o mundo! Aprenderá as coisas que deve saber olhando-as com os próprios olhos. A vida, afinal, é a melhor escola.
Então começaram as explicações de como funcionam as coisas na cidade, nos campos, na fábrica. E o sol voltou a brilhar para Tistu.
Suas primeiras lições foram com o velho jardineiro Bigode. Lá mesmo, nas estufas do jardim da Casa-Que-Brilha, Tistu descobriu um dom: tinha o polegar verde. Não que fosse verde de verdade, mas sempre que tocava em uma semente adormecida, ela acordava e nasciam flores. Lindas e coloridas flores. Era um talento oculto.
Depois que descobriu o polegar verde, não havia mais como fazê-lo parar. Tistu teve aulas no hospital, na cadeia, na favela, na fábrica de canhões e na prefeitura.