
Na Escola
Tistu Yard: inglês aplicado em atividades práticas
O sucesso dos alunos nos testes de proficiência atesta a qualidade e a eficácia do programa.
Por: Michele Muller
|Por Michele Muller
Em seu contato inicial com o mundo, quando absolutamente tudo é novo, as crianças absorvem uma quantidade enorme de informação que chega totalmente desorganizada. Aos poucos, desenvolvem a capacidade de perceber os estímulos de forma mais seletiva. Aprendem a ignorar alguns e olhar outros com interesse e atenção, para que assim eles possam ganhar sentido.
Essa capacidade de sustentar a atenção é a ferramenta cognitiva mais básica dos seres humanos, aquela que irá ajudar a construir todos os outros aprendizados. De forma diferente de um estrondo, que provoca uma resposta por reflexo, os estímulos mais fracos dependem da atenção direcionada e sustentada, o que, por sua vez, depende do interesse da criança. Esse interesse é totalmente vinculado aos momentos de interação com pessoas em quem confia.
Por isso, ao interagirmos com a criança de uma forma rica e estimulante, ensinamos mais que uma informação: ajudamos a formar habilidades cognitivas, emocionais e sociais que são a base de qualquer aprendizagem. Entre elas estão a atenção, a memória, a linguagem, a imitação, a interpretação das intenções alheias, o controle do impulso e a autorregulação.
Todas essas competências e muitas outras são trabalhadas de forma intensa e integrada pela educação infantil no Tistu e são desenvolvidas em interações tanto com professores quanto com colegas, de uma forma complementar. Enquanto o ano letivo não inicia, os pais podem aproveitar o potencial das crianças para o desenvolvimento de determinadas habilidades em interações ricas, na quais não apenas apresentamos os estímulos, como ajudamos a sustentarem a atenção quando mostram curiosidade.
Isso pode ser feito em casa, na praia ou qualquer ambiente, em diversas oportunidades ao longo do dia, sem a necessidade de nenhuma tecnologia ou material especial. Os passos de acordo com pesquisadores da Centro da Criança em Desenvolvimento da Universidade de Harvard, são:
1. Compartilhe a atenção:
Fique atento aos sinais de que a criança está interessada em um determinado objeto, animal, som, textura ou outro tipo de estímulo. Esses sinais variam conforme a idade: um bebê vai olhar mais fixamente a um local e mexer pernas e braços, enquanto uma criança maior, mas que ainda não fala, pode pegar no objeto, olhar para ele e para você, mostrar alguma expressão de entusiasmo. Então volte sua própria atenção àquilo também. Esse alinhamento de atenção é o mais importante movimento das interações sociais e da aprendizagem. Aponte, pegue, sorria, converse.
2. Apoie e encoraje:
Quando a criança mostrar interesse em algo, mostre por meio de expressões, gestos e palavras, que você aprova essa atitude. Isso irá estimular a curiosidade, que é fundamental para a aprendizagem. Para que ela se sinta encorajada, é importante que você se agache ao nível dela e compartilhe de sua perspectiva ao explorarem o objeto e brincarem juntos.
3. Nomeie:
Aproveite o interesse da criança para dar nome às coisas. Repita o nome diversas vezes enquanto interagem e ajude-a a relacionar aquilo a outras palavras que ela já conhece. Nomeie coisas, sentimentos e ações. A linguagem é essencial para a categorização das informações, que vão sendo organizadas mentalmente pela criança em uma espécie de mapa – em que latido é associado a cachorro e cachorro a animais e animais a cuidados, por exemplo. A essas combinações ela vai acomodar todos os novos conhecimentos, dos concretos aos abstratos.
4. Espere e reveze as ações:
Quando a criança mostra interesse por alguma tarefa, mostre como se faz alguma coisa e espere que ela faça, mesmo que leve tempo e que ela se atrapalhe. Espere, deixe que erre e tente várias vezes antes de mostrar novamente como se faz ou fazer por ela. Lembre-se de que é necessário paciência para encorajar a autonomia.
5. Pratique o início e o fim
Enquanto a criança está desenvolvendo a capacidade de sustentar a atenção e, ao mesmo tempo, descobrindo o mundo, é normal que ela queira trocar muitas vezes de atividade ou brincadeira. Compartilhar com ela a atenção a um estímulo é uma forma de ensiná-la a manter-se focada, bem como sinalizar a ela uma ação terminou e outra começou. Isso ocorre quando você mostra que está atento e engajado na atividade com ela e comunicando-se com palavras, gestos e atitudes: “Terminou de brincar com o trem? Então vamos guardá-lo”.